Estupro

Quando filhas,

Humilhadas,

Meras vaginas,

Estupradas.

O macho agressor,

Serve-se do animalesco,

Para causar seu terror,

Justificando o crime grotesco.

Mulheres violadas,

Como se fossem

Elas as culpadas.

Das suas dores.

O discurso que dita,

Essas normas nojentas,

São de teor machista,

Por isso ele se sustenta.

São muito mais,

Do que hímens rompidos,

Já que o ato faz

Perderem seus estímulos.

Largadas nas sarjetas,

Como restos de um lixo,

A dor como sua certeza,

O peito gritando, oprimido.

Seus pais com pênis malditos,

São os primeiros a penetrar,

Na cultura da posse do filho,

Como coisas a se degenerar.

Os meninos criados,

Como pequenos bodes,

Formando iniciados

Em mostrar que são fortes.

A testosterona burra,

Que sente o pelo arrepiar,

Que esquece da própria bunda,

Também passiva de deflorar.

Desgraçados caralhos,

Que deveriam ser castrados,

Antes de se tornarem machos,

Com a consciência do estuprado.

Os bebês nascidos da violência,

Abortados ou rejeitados,

Na cadeia não haverá clemência,

Serão um dia julgados.

As crianças perdendo,

Aquela primeira inocência,

Machucadas por dentro,

Vitimadas pela truculência.

Não será preciso,

Fazer da mulher uma deusa,

Mas respeitá-la é preciso

Essa é a nossa humana certeza.

Os índices que mostram,

Essas cidadãs maltratadas,

A todos nós envergonham,

Uma herança malfadada.

Minha dedicação não esta nas palavras,

Mas no respeito por todas as mulheres,

Lutando junto nessa ardorosa batalha,

Pedindo que vocês não se entreguem.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 06/04/2014
Código do texto: T4758380
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