FLORES DE LÓTUS

Flores de Lótus emergem da lama, tocam a luz do sol e desabrocham.

Na sujeira de ruas escuras a inocência se perde e fenece como a flor que não toca a luz

Luz para as minhas flores! Sol para as lótus nascidas na sujeira!

Que a inocência das flores minhas sobrevivam à escuridão!

Que a fome de amor seja saciada, assim como a do pão!

Matem as lágrimas a sua sede de afagos e as tornem surdas aos gritos silenciosos dessas dores!

Minhas crianças... Minhas crianças!

Medrosos, assustados... Olhos que imploram o perdão de não serem culpadas!

A vida não as celebrou... Não! Nem cantos, nem festas, apenas paridas, largadas a sorte!

Pétalas desgrenhadas pendem das cabeças e dos talos mal cuidados, folhas em farrapos.

Mal nutridas, selvagens, sem amor, soluçando na poeira das ruas, minhas crianças nuas!

E o frio! E a fome! E o gemido sofrido desse abandono perverso!

Quem cuidará dessas pequeninas flores?

Quem as transplantará em belos jardins cercados?

Jardins de amor para as minhas lótus nascidas na lama...

Luiz Falcão
Enviado por Luiz Falcão em 13/11/2013
Reeditado em 13/11/2013
Código do texto: T4569656
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