Mulher

Que direitos são estes que ferem

Não só o corpo, mas a alma,

Que luta é essa que maltrata

Dilacera a coragem, faz crescer o medo?

Que culpa tão grande é essa

Que faz desejar não viver,

É a beleza, o aroma ou o sorriso encantador?

Seus cabelos ao vento, não podem servir como chicotes!

Um silencio, que fere!

Dilacera e maltrata.

Mas os olhares tão tristes

Com esses dias tão incompreensíveis

Não fingem.

Existe vida além-mar?

Existe esperança além da dor?

Existe força aonde só há terror?

Tantas perguntas em um corpo tão frágil

Capaz de fazer surgir à vida,

Mas ainda incapaz

De viver com a dor.

Não é pela violência sofrida

Não é pelo desespero nela contida,

Não é pelas marcas que não cicatrizam!

É pela alma ferida

Pela pureza perdida

Pelo corpo que deveria receber

Somente o calor

E sentir apenas o amor.

É o direito de viver

De ser feliz,

Que alguns ainda não conseguem

Se permitir.