VERSOS PELA PAZ II
II
seu corpo alvo me pedia festa
eu ria, sorvia, me lambuzava
untava você em seu próprio mel
fome...
era meu, o seu desejo
o seu riso e o seu gozo
minina-mulher-amante
generosa
em seus xeros
seus toques
suas umidades
assim se deu,
cedeu e conquistou
vitoriosa, não exibiu o troféu
guardou-o, teso, dentro de si
plena de mim, ali fiquei
ainda estou, sempre estarei,
em sua carne branca...
ali sempre estaremos, juntos
nas noites alvas,
insones, impregnadas
de saudade e vontade e entrega...
poucas noites são assim
as nossas noites são assim,
noites em que o mundo dorme melhor
em paz e feliz,
porque nós o velamos
o protegemos da dor, em nossa inefável
noite de amor.