Menor na rua
Eu corro quando a polícia vem atrás
Quando a fome aperta
Eu “mato na unha” pra conseguir o rango de todo dia
E vez ou outra vem um pra me tirar
O que não tenho
O canto onde durmo
É cada dia num canto
E só coloco cobertor quando o frio me resfria
Eu olho no olho quando dá vontade
Ou se me colocam a mão na cara
Eu ontem sorri de uma moça que escondeu a bolsa
Eu disse pra mim mesmo
"Arrancado eu nunca vou querer"
Enquanto puder vai ser assim
Não volto pra casa
Porque ninguém me quer lá
Enquanto puder eu faço assim
Vivo liberto, mas não em paz.