Aldeia de alegria e desconforto
A cada dia que passa mais morro,
Aldeia de alegria e desconforto;
Deveria saber que nada dura muito tempo,
Mas sempre a insistência pelo amor derradeiro.
E quem se lembra de agosto ou setembro,
Quando a folhinha do calendário é amassada
Agora mesmo?
Você dobra a esquina e encontra um acalento;
Esquece. As avenidas, ainda, se cruzam no desespero.
Sou agora o sono por dentro
Ouvindo a família e a novela do momento.
E quem se lembra do roubo vil
E do assassinato sem esclarecimento?
E quem resiste em dar à corrupção
O devido esquecimento?
Aquele que dorme com a guerra e acorda morto?
Aquele que insiste, erra e vive como aborto?
Nós somos os deuses moribundos de uma crença esquecida,
Nós somos os vermes comendo a carne sem vida.
Nós somos a própria idéia de humanidade falha,
Insistindo na luta e na ânsia pela medalha.