Pobre mocinha
Moça lépida e fagueira
Pela ladeira a desfilar
Músicas das palmeiras
Ao canto do sabiá
Vestido solto ao vento
Estampa colorida
Graciosos movimentos
Belo laço de fita
Seu ar de menina arteira
Olhar guarda segredos
Caminha ela faceira
Contendo seus desejos
Sobe e desce a ladeira
Fingindo não sentir medo
Quer ela conhecer a vida
E partir para a cidade
O interior não tem mais sentido
Ela quer mais civilidade
Não sabe que lá mora o perigo
Que os homens são mais selvagens
Em sua inocente vaidade
Adentra um mundo enganador
Em sua pura ingenuidade
Não reconhece o seu valor
E os tributos da sua mocidade
São manchados pelo horror
Kainha Brito