Aplausos

Local repleto de espectadores,

Pessoas variadas compondo a platéia,

No palco somos encenadores,

Tentando fazer reagir aquela massa plebéia.

Num rompante ouve-se umas palmas,

Algo contido, de pouco volume,

Surgem do meio da multidão que parece calma,

Tentamos fazer aumentá-las, é o costume.

Entramos desejando a graça de alcançá-las,

Vaias e manifestações ostensivas evitamos,

Mas a salva, temos a pretensão de elevá-la,

Dessa forma no show nós nos desdobramos.

O aplauso é a fala das mãos,

Expressando uma sonoridade em parceria,

Só ocorre se houver dos mebros união,

É gesto no mínimo duplo, daí sua maestria.

Aplaudimos empolgados e empolgando,

Unidos num som ensurdecedor,

Nossa forma de demonstra o quanto gostamos,

Emocionando o merecedor.

Festejamos desde o aniversário,

Até o discurso político,

Passando por belos espetáculos,

Transformando em rito.

O bebê pequenino já bate palminhas,

Sua forma de festejar vida,

Nos adultos poder até ser por hipocrisia,

Pra cada motivo uma serventia.

Tentamos ensinar outros animais a fazer,

Ficamos maravilhados quando símios aprendem,

Achamos que é correto assim proceder,

Gesto que é boa herança por transmitir o nosso bem.

Mesmo com as mãos amputadas,

As pessoas se esforçam em aplaudir,

Sem o som característico das palmadas,

Mas a intenção da emoção consegue assim eclodir.

O aplauso demonstra um sentimento,

Nos dirigimos ao outro em conjunto,

É um gesto social de reconhecimento,

Com significado público de caráter profundo.