“OS NOBRES!”

Os “Nobres”!

Personagens do cotidiano da vida de uma sociedade sofrida.

São os diretores, produtores e artistas da Trupe que encena a vida real;

Que se tornaram “Nobres” pelo Real voto de um povo Real.

Tal como nos tempos idos da realeza medieval;

São os ditadores dos tempos modernos.

Dirigem os destinos das nações.

Atores incansáveis de suas vaidades absolutas e falsas mesuras.

Assim chamados por seus Títulos de “Nobreza”

Conquistados com esforço de campanhas eleitoreiras,

Graças a uma amnésia popular e providencial,

Seguem pela vida com palavras de engano.

Trazem ao peito as “mãos dadivosas e generosas” da sua ingratidão.

Das “Nobres” vozes, a eloqüência de suas ações!

-“Não chegamos onde estamos por nossos deméritos.

Foram nossos esforços apenas.

Nós Vencemos a sorte!

Driblamos a morte!

Conquistamos nosso lugar no Monte Olímpio!

Nós nos fizemos fortes, nos fizemos”... “Nobres”

Colossos de Rodes, Titãs da morte!

E deuses da “Justiça”

Impávidos e altivos,

Olhamos das alturas os pobres mortais!

O gado de corte!

Nós os “Nobres”!

Influentes na política!

Nas altas Cortes de “Justiça”!

Detentores dos Títulos de nossos mandatos e do poder da pena para assinar contratos!

Empunhamos o selo público que valida à vida diária do nosso gado.

Determinamos quanto ganhará pela jornada de trabalho a nossa manada.

Um salário mínimo ou dois, desde que seja mesmo, o “Mínimo”

Fomos eleitos pelo Real voto do “gado de corte” para estarmos em nossos palácios,

Ditando com o poder da pena e do selo público os nossos próprios proventos,

Que jamais poderão ser o mínimo, posto que somos “Nobres”

Receberemos o máximo, afinal para isso concorreremos em campanhas.

Por isso, sozinhos vencemos a sorte e matamos a morte”!

Nós os “Nobres”!

Que enganaram o pobre “gado de corte”!

Nós os “Nobres”!

Que somos os deuses da Saúde e da Educação;

Nós os “Nobres”!

Que somos Os Eleitos do Legislativo!

Vereadores, Deputados e Senadores.

Nós os “Nobres”!

Que somos Os Conquistadores do Judiciário!

Doutores Advogados, Promotores, Juizes e Desembargadores.

Nós os “Nobres”!

Que somos os Senhores do Executivo!

Prefeitos, Governadores e Presidentes.

Nós os “Nobres”!

Que fomos Nomeados Ministro e altos funcionários dos governantes.

Nós os “Nobres”!

Concursados Agentes da Ordem e da Lei!

Nós os “Nobres”!

Que fomos assim, eleitos “Nobres”,

Pelo voto do gado de corte,

Para minorar a sofreguidão de uma maioria pobre,

Para prover os meios de acesso à saúde e educação,

Para dar condições de moradia descente e tranqüilidade na velhice.

Nós os “Nobres” Eleitos!

Conquistadores do voto de uma promessa!

Nós os “Nobres” da Promessa!

Vivemos para prometer,

Prometemos para viver,

Uma vida longe da promessa.

Nossa única certeza e a de prover um mínimo de pasto para o nosso gado.”

O “Gado”!

Povo desvalido da sorte dos “Nobres”

Reivindicador do poder das “Leis”

Das “Leis”!

Mas que “Leis”?

As “Leis” que igualam os “Nobres” ao povo?

Que dizem que o povo elegeu os “Nobres” para serem seus representantes?

As “Leis” do voto que elegeram os “Nobres” para legislar em favor dos direitos do povo?

Que consideram o povo “Soberano” e mais Nobre que os “Nobres Representantes” do povo?

Nós os “Nobres” sabemos:

Que o gado é eleitor!

Por isso o gado eleitor não pode morrer na certeza do engano.

- “O gado eleitor é um gado nobre, de raça forte e trabalhador.”

- “O gado eleitor é a carne que farta o nosso prato.”

- “O gado eleitor é quem ara os nossos campos.”

- “O gado eleitor é quem ergue os Palácios da nossa vida e as Pirâmides da nossa morte.”

- “O gado eleitor só tem um defeito...Querer ser “gente!”

- “O gado eleitor não entendeu ainda que as “Leis” existem para proteger os direitos dos

Nobres” que ele, o gado, elegeu!

- “As Leis são “Nobres”...!”

- “Foram concebidas para punir os pobres escravos da morte!”

- “As “Leis” hão de punir os “ladrões de galinhas” e deixar os “Nobres Ladrões do

Povo”...livres”.

- “As “Leis”são nossas!”

- “Nós as legislamos livres para liberar os “Nobres” e prenderem os pobres”

- “As “Leis”, as nossa “Leis”, não são democráticas”

- “ E todos os que lhes forem contrários, serão subversivos raivosos”

- “As nossas “Leis” não são misericordiosas”

São dos “NOBRES” para os “NOBRES” e pelos “NOBRES” ditadores da Morte!...

Luiz Falcão
Enviado por Luiz Falcão em 22/07/2011
Reeditado em 13/11/2013
Código do texto: T3110898
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