Toque

Não falarei de rosas ou crisântemos
neste mundo devastado pela chuva,
no qual tropeço em esqueletos
alinhados no chão.
Chamo corrupção
a este mal insano
cortado em róseas auréolas
e mastigadas a sangue frio
bem à frente dos meus olhos,
na mesma rua onde moro.


Seja qual for o meu protesto
contra as histórias sem futuro,
assisto bocas sem dentes,
que sorriem ao falso riso.
Chamo de incultura
os sonhos obesos
plantados em terra de fins lucrativos
e adubados prematuramente
ao ressurgir do velho amanhecer
por cimitarras desprovidas de ética.


Lembram-se – ao menos –
daqueles que tocaram?


Rio de Janeiro, 18 de julho de 2011 – 3h49
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 18/07/2011
Reeditado em 02/08/2020
Código do texto: T3101916
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