Paz
Tanto se pede a paz,
Um desejo que a sociedade clama,
Desde tempos imemoriais,
Pede-se que se abrande a intolerância.
Mas não se pode esquecer,
O conceito de paz está ligado ao de guerra,
Pois surge pela vontade em combater,
Aliada a exaustão da carnificina exaltada.
O homem saturou o desejo de morte,
Busca agora resignar-se do conflito,
Esperançoso de um futuro com melhor sorte,
Busca alternativas ao caminho sombrio.
Na pacificação busca arrefecer a cólera,
Transformar o ideal vingativo,
Alcançar uma situação de realidade próspera,
Ser considerado mais amigo do que inimigo.
A valorização bélica,
Trouxe um sofrimento além do suportável,
Manifestou o que parecia suposição cética,
Expondo a monstruosidade do homem implacável.
Criada a destruição,
Busca-se agora um refúgio,
Os chamados "sem coração",
Emocionam-se com o infortúnio.
Antes não tivéssemos conhecido a paz sonhada,
Significaria que não cultivamos as batalhas,
Colhemos agora a colheita famigerada,
Uma geração tristemente depauperada.
Que possamos usar da sabedoria,
As próximas gerações desconheçam a paz,
Possam desfrutar de uma ingênua alegria,
Sem precisarem contar mortos vitimados pela fúria mordaz.
Sejam virtuosos na fraternidade,
Tendo a alteridade não mais como impecilho,
Criando uma unidade por solidariedade,
Fazendo do rancor, não sobrar nenhum vestígio.