A República dos Inversos
Na República dos Inversos
os líderes bem se conhecem,
e se fazem de obversos,
porém, seus pactos tecem,
nos intuitos mais diversos
agem como não soubessem,
e é nesses universos
que os circos acontecem:
Os palhaços extroversos
discorrem e eloquecem,
os domadores perversos
gargalham e enlouquecem,
os mágicos introversos
penalizam e entristecem,
malabaristas transversos
malabares não exercem,
os trapezistas dispersos
do trapézio se esquecem,
até os leões inconversos
os rugidos arrefecem!
Em espetáculos reversos
tiram como se dessem,
e por motivos aversos
fingem que enaltecem
os únicos seres tersos,
que sofrem e que padecem,
nesses solos controversos,
como se favor fizessem,
assim, em espúrios anversos,
tiram o que não merecem.
Nisso estamos nós imersos
e quantos ainda se esquecem,
que os líderes conversos
prometem e desaparecem.
E as verdades destes versos,
que aos melhores interessem...