ESTIGMA
Objectos invioláveis são castrados
desde a sua raiz comprometendo
a sua génese e o ensinamento
que deles colhíamos sofregamente.
Hoje numa nova era da ciência
já não há lugar ao descobrimento
heróico e palaciano onde tudo se
perde e nada se conquista aqui.
Os valores estão de rastros e de
joelhos à espera de um iluminismo
que já teve seu auge e não parece
ressurgir das épocas transactas.
Cada um age por conta própria já
não há o «nós» o compromisso
assumido perante os demais além
de mim e de ti onde tudo se perde.
Fundamentalismos e xenofobismos
assolam o Planeta não deixando azo
a que uma boa cultura se desenvolva
para além das religiões tipificadas.
Vivemos numa sociedade sem regras
nem costumes onde o livre arbítrio é
muitas vezes posto em causa e chamado
de fascista neste mundo globalizado.
Que venha de lá um novo golpe de asa
e faça ressurgir a esperança no Homem
novo, que com ele aprendamos a ser
novamente livres de densos estigmas.
Jorge Humberto
02/05/10