O Último Figurino
O Último Figurino
Foram-se os tempos, as vaidades das
Celebridades a desfilar pelas largas
avenidas as suas verdades.
Riqueza à mostra na mesa posta.
Orelhas e pescoços coloridos, colos
de ouro e de pedras preciosas vestidos.
Manequins a desfilar roupas e
acessórios caros, fúteis, inúteis,
Não há mais razão de ser.
É hora de se esconder, se recolher.
Perdeu a graça andar na praça a
ostentar grandeza.
É a hora da pobreza.
Desceu o morro, decretou toque
de recolher, é proibido aparecer.
A moda é roupa rasgada no ponto
ideal.
Um toque sensual no visual.
Cabelo tão mal penteado, em pé, tal
pregos espetados a dizer que é o lá
fora a mandar no que se deve pensar.
Sossegar, andar na rua como se fosse
Sua, se já foi um dia, é melhor esquecer.
A cultura da pobreza está aí a nos dizer
A hora agora é de padecer.
Lita Moniz