GLOBALIZAÇÃO

Tenho dentro de mim o silêncio

dos oprimidos e dos sem casa.

Minha maneira de reconfortá-los

é seguir escrevendo minha poesia.

Talvez seja amor o que eu sinto

por estas pessoas e me dedico

a elas com alma e coração

sempre preocupado com as minhas gentes.

Não há um poema meu que eu não

me vença a mim mesmo para levar

o melhor ao meu povo tão sofrido

por desmandos e descaso.

Não posso ver uma pessoa pedir

comida na rua que logo me revolta

e questiono o sentido da vida e o

valor dos Homens neste pedaço de Terra.

Se uma palavra minha levar alguma

solidariedade e força de vontade

a alguém que sofre já me dou por

satisfeito e de trabalho realizado.

Estamos numa época sem valores

o que importa é o «eu» e não o «nós»

e vemo-nos tão sozinhos que chega

a doer a dor que deveras sinto.

Por isso eu escrevo e escrevo sem

cessar até que me doam os dedos

e a pluma se esgarce pela voracidade

do focinho da palavra que eu subscrevo.

Quem sabe o Homem acorde a tempo

de ver a miséria em que se tornou o

seu igual esquecido numa esquina

qualquer debaixo de degraus o seu poiso.

Oh, povo meu, que má sorte a tua

viveres num mundo globalizado

onde tudo é devorado pelos

déspotas e tiranos da inquisição.

Jorge Humberto

11/04/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 12/04/2010
Código do texto: T2192026
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