Urbano

Pessoas frias são tão normais nessa estação

O relógio não para de trabalhar

Corredores de gente

Pistas de ilusão

Fumaça

Minha cabeça vira cinzeiro

Quando queima a cuca dos idiotas

E a neblina se espalha no dia opaco

Procuram-se rosas de plástico

Para enfeitar o cemitério das almas

O corpo caminha, mas

A alma vaga nos detritos da paixão

De um lado

Para o outro

De dia

De noite

Na chuva

Na insolação

Não importa

É o seu destino

Cavar sua própria cova

Tão rasa

Tão estreita

Tão estranha

Tão fugaz