No Subúrbio
Meninos correndo junto às valas,
Brincam sem medo com os pés descalços.
Não há temor de virem os percalços:
Os choros no subúrbio, vindo as balas.
Para tantos, a tragédia diária,
Rotina do problema social
Que torna as vidas um conto banal,
À escopeta da orquestra funerária.
Mas se Vila Lobos pudesse ver
(Se é que ele haveria de crer)
O quão decadente tornou-se o som!
Vozes gritando. Nas ruas, as grades...
Aos tiros, ao caos, desumanidades.
Que um dia essa orquestra mude de tom!