POEMA SEM NOME.

(Ao menino em situação de rua)

O poeta escreve meu drama,

Mas parece que ninguém lê.

O pintor pinta meu quadro,

Mas parece que ninguém vê;

O ator encena minha vida,

Mas parece que ninguém assiste;

O cantor entoa minha tragédia,

Mas parece que ninguém ouve;

O músico toca meu sofrimento,

Mas parece que ninguém escuta;

O repórter fala de minha situação,

Mas parece que ninguém presta atenção;

O clero reza minha desgraça,

Mas parece que ninguém liga;

Os Deuses dogmatizam minha existência,

Mas parece que ninguém crê;

Todos têm pena de mim,

Mas eu continuo nas ruas e abandonado;

DANEM-SE!