Fome ou N1h1 (influenza)?




“Globo Rural” 16-08-09

No batuque irritante da marreta na bigorna
No calor inclemente da fornalha
A troco de qualquer migalha
Quem vive deste mister nunca engorda

Fica surdo, fica velho antes do tempo
Não tem um dia que não sonhe com melhoras
No viver neste seu miserável padecimento
Apega-se a Deus, a cada dia, a cada hora,

Esperando Dele, até que, por merecimento
Mais forças nos braços e brasa nas fornalhas
Por fregueses, hoje raros, mais freqüentes...

Que renovem seus pedidos e que as migalhas,
Juntadas, garantam-lhe o pão que alimente
Pelo menos, os filhos e, se sobrar, a patroa
Pois a fome é pior que a influenza nas pessoas...
Mata, mais vagarosamente e, sem reconhecimento,

DOS HOMENS, OS DONOS, DE TODOS OS PODERES!...

QUE VIVA O N1H1 não lhes combatam.
E, que de fornalha, em fornalha, MORRA A FOME!...