MEU DESPREZO
Quando tu, amor, me desprezas,
Espero que a mim reconheça.
Quantas noites, quantas rezas?
Faço tudo até virar-te a cabeça.
E se me vês com maus olhos,
Ponho-te a repugnar me eu.
Não sei se sonho, se choro,
Se finjo que você adormeceu.
Ainda que durmas, seu valor
É-me tratado com desdém.
Por que não me olhas, amor,
E diz-me que sou idolatria?
Constantes sonhos a me ter,
Eternos domínios que me alia.