Do E-livro Meu destino e eu

A vida é muito lenta ou muito breve
Ninguém de sã consciência se atreve
A demarcar um tempo!... Um poema,
Inda que breve às vezes não se escreve
No desenrolar da mesma. A mesmice
Vira praga e não nos deixa colocar
Em versos claros a própria chatice
De vivê-la a cada dia ou como a achar
Que o outro dia virá ou que nós nos fomos.
A vida tem lá os seus vieses
Vão-se os dedos e sobram anéis!...
O Lula que o diga!
Um sinal nos diz: Siga!...
O outro nos diz: Mas com atenção!...
O outro nos diz: Pare!...
Mais vem um ladrão
E que de faca em punho
Nos diz: “Ande e preste atenção
O menor gesto pode ser fatal!...”
Minha estrela guia tem muitas pontas
É preciso desfazer estas arestas
E ver se a vida ainda presta
E em sendo assim me dar conta
Que vale vivê-la!