Eu sou!
EU SOU!
Não, não sei se sou...
Se sou não deveria eu sentir que sou?
Não deveria eu saber que sou?
Ou ser é só uma questão de crer?
Sou eu mesma que sou?
Ou sou somente um solo de exigências?
Não sou todo esse silencio do ser!
Não gosto da transparência do sorrir da ignorância,
Nem do sofrer que é o saber!
Posso aderir à quietude do intimo tamborilar
Dos pântanos tornados podres,
Sem resistência alguma.
Pútridos! Vis!
Sórdidos! Vulgares!
Mas, ainda assim, cantarei o fingimento
Na calada ardente da minha dor!
Enfim,
Sou, sim, fingidor!