Fora do ar
Tic-tac. Tic-tac.
É preciso de um tempo,
Pois a monotonia invadiu o quintal.
Lá as folhas secas que não servem para pisar.
Já é sabido o começo e o fim.
E o silêncio que corta a garganta,
Que incomoda mais que barulho.
O mundo saiu de órbita,
A galáxia está perdendo um planeta.
E as rádios estão temporariamente fora de ar.
Há esperanças no coração dos humanos,
Tão naturais e previsíveis,
Que pesares não importam,
"Porque pecado é não viver a vida."
Enquanto se procura a felicidade que não lhes servem.
A mudança de palavras por termos diferentes
Que querem dizer o mesmo no final.
Porque pra sempre é o mesmo que sem fim e eterno.
Mas é diferente.
Não é para ser decodificado.
É natural, mas forçado.
Não é para ser forçado, mas natural.
Apesar de que naturalmente falando,
Isso nunca aconteceria.
Já que é da esperança do humano
Que nunca nada mude.
Que o planeta gire em torno de si e do sol pra sempre.
Qual a distancia entre o Sol e o mundo?
Hoje habitam zumbis,
Adormecidos por dentro,
Sem sentir nada,
Só a dor da vontade de ter que comer.
Regidos pela massa,
De ter que ter para poder fazer.
Ela não cresceu, ela mal cresceu
E já virou um zumbi.
Um zumbi que quer sentir novamente.
Mas que a única coisa que sente é a dor
De ter perdido sua humanidade.
Não é para ofender, só para aliviar.
Como se uma criança quisesse fazer cocô,
E estivesse presa, sem poder fazer. Faria?
Não fosse a mãe dizendo que está chegando em casa?
As palavras se calaram.
E os dedos se paralisaram.
E tudo pareceu mais claro antes do fim.
E tudo está fora do ar temporariamente.
Foi bom tê-los como ouvintes.