A NOITE
Quando a noite me vem
Ja não a espero tão madura.
As sombras das luzes
Projetam o convite do silêncio
Quando um gesto meu se faz segredo
Pelo esquecimento
A abrir caminhos.
Senão a convicção,
Ainda que a unânime noite
Confunda minhas orações.
Mas à noite, se é noite,
Há que haver o que se desfaz
Em penumbra e fluido.
Mesmo o mistério que a si condena
Não menos mistério: A noite.
(julho de 2006)