Chamas
De toda parafernalha que existe,
Há um sol lá fora a clarear, brilhar.
E um azul sereno que vem me acalentar,
Do sistema tiro o dilema a queimar no ar
Aos domingos quero acordar e ter certezas.
Tomo um café com uma dose de conhaque,
Corto as cicatrizes pra ver jorrar verdades,
São tantas diretrizes por essa cidade
São tantas meretrizes no cenário covarde.
Corro pela ruas a buscar o cais,
Abro as feridas e jogo nos jornais.
Doces avelãs, caviar e salmões,
Açucar, sal dentro dos meus ais.
Cruzem os braços e o medo dominará
Quarta-feira de cinza nem tudo é farra.
Vamos virar a página dessa nossa sina,
Rasgar o contexto da mão pervertida.
Há um sol lá fora que clareia, brilha e ensina.