Me rendo...

Piquenique:

Enxada remove a terra,

Minhocas assanham-se,

Assoviando canções,

Pássaros estendem as toalhas.

Sem palavras,

Tá na jura,

Tanubicu,

Tá no papo.

Engano

Homens:

"Em tudo, há semelhanças."

Comigo ninguém pode!

"Quem disse?

Sou popular,

Convivo em harmonia com as demais,

E todas nós,

Não cruzamos bem com intensos ventos."

Ledo?

Se for nome próprio,

Nada popular,

Pensar que em tudo,

há semelhanças;

Tampouco crer em muito amor,

No ar.

De ilusões e enganos,

Anéis adornam,

Novelos alinhavam,

Cotidiano bordado,

Vidas tecidas.

Me rendo à renda das Rendeiras,

Por ter cruzados os nós com moralistas e rameiras,

Não me arrependo.

Parafraseando João Cabral de Melo Neto,

Somente os anéis nos dedos, as lãs coloridas e as rendas,

Não desvendam os segredos e mistérios guardados nos interiores das saias rendadas,

Baixo ventre,

Coberto com vestido,

De qualquer tecido,

Nas bordas,

Bordado.

Não me surpreendo com os ratos,

Não me decepciono com as baratas,

Não apelo com os pernilongos,

Não me apoquento com as lesmas,

Não me aborreço com os caprinos,

Não me...

Nenhum deles racionalizam seus instintos.

Já os homens,

Digo o famigerado bichu gente,

Passei a conhecê-lo,

Quando me descobri gente.

Tal espécie é tão necessária à Natureza,

Que nos 2 anos de Pandemia,

Somente em 2 dias, o número de nascimentos foi

menor que o número de mortes, pelo vírus.

Gente é bichu resistente,

Forte, vacinado, decente,

E não entra em extinção,

Nunca.