VIGIAR
Se tenho eu que desconfiar
Por que eu diria para todos
O porquê da minha desconfiança?
Não, não ser-me-ia justo desconfiar
Sem ter uma concreta razão
Algo lógico, concreto, de certo...
O velho mar mestura-se com o novo
E são águas rasas, profundas, esse mar revolto d'alma
Que busca certeza em todos os lugares onde há gente,
Gente boa, ruim, gente como a gente,
Para que desconfiar se tenho a certeza?
Se dizem tão esperto que me finjo de fraco
Assis, eu permaneço observando
Os lorpas, pascássios, incongruentes!
Por que eu haveria de me envolver com as tessituras?
Não, eu não preciso abrir minha bocó
Ficarei em silêncio para agora mudar de posição
Mente jogo de xadrez
Onde sou rei e não pião.