EU CORRO E NÃO É FÁCIL
EU CORRO E NÃO É FÁCIL
Eu corro antes que o mundo acabe,
Porque eu fui ao futuro e nada vi,
Pois quero fazer tudo que não cabe,
Nos tempos de caverna em que vivi.
Socorro eu pediria até ao padre,
Mas será mesmo que vou merecer?
Portanto, já ceguei até meu sabre,
Nas cabeças de frade do meu ser.
Mas nesse sacrifício necessário,
Dou a vida, mas por convicção,
Como quem se acha legionário,
Partilhando com fé meu coração.
Não é fácil enfrentar uma inveja,
Que trepida britando sua mão,
Quando penetra a faca cega,
No conflito de Ogum e o chão.
Os arquétipos simbolizam cada um,
Como Terra e Sol, mãe e pai,
E até mesmo se for só nenhum,
Ao ser algo que vem e que vai.
Somos ciclos ou só passageiros,
Desde quando a maré é meu dia,
Nos momentos que vêm ligeiros,
Como são a tristeza e alegria.
Tudo será para sempre, além da vida,
Pois só ela simboliza o início e fim,
Mas o eterno é certo e convida,
Adubando os canteiros sem-fim.
Pois é lá que frutifica e prevalece,
Cada ato que aqui nós praticamos,
E, por isso, não apure se merece,
Mas busque querer mais mil anos.
Seja um pouco como foi Aquiles,
Ou atue como 'Avgvstvs' em Roma,
Mas viaje na esperança de Ulisses,
Ou governe dividindo o que soma.
Não julgueis se vai ser julgado,
Se o erro pode ter seu conselho,
Pois, quem sabe, serás condenado,
Por cultura que defende o acerto.