SER OU SÓ TER

SER OU SÓ TER

 

Há sempre uma pergunta,

Que perscruta o seu ser,

De quem não te escuta,

Mas lhe espinha a dizer.

 

Se eu só falo da vida,

Eu não sei nem porquê,

Mas é o que me valida,

E o que pode até ser.

 

Só sei que quem grita,

Por dor ou não ter,

Reclama pela desdita,

Na versão de um querer.

 

Mas no fundo é clamor,

Que inflama e quer ser,

Que reclama do amor,

Porque esse é o poder.

 

Só lamento esse estado,

Que oprime o meu ser,

Pois não seria ao acaso,

Que o dilema é só ter.