Um construtor
Sou um construtor de sonhos, um operário de um árduo e irrecusável ofício, que por vezes torna-se leve em fardos macios cinzidos ao cansado lombo, que tudo que busca é o modo mais racional e aceitável pra viver e conduzir o que me fora imposto fazê-lo numa inadiável e intransferível missão...
Tava aqui pensando: Vou fazer um muro com a solidez robusta do afulorado algodão, a fim de que não me possa separar dessas minhas vontades transponiveis, nada que não me seja advindo de mim mesmo.
Quero a leveza do cisne negro a deslizar pelas águas claras do ciclo do meu caudaloso existir, feito impulso de rio que desce serpenteando margens solitárias em busca de um desconhecido ponto.
Cortina de vento, parede de ar, turbulência de um concreto armado, de uma brisa leve na expectativa de ver a vida por outras cercas, mas sem as barreiras das clássicas imposições, culpas, medos e cobranças infundadas que só servem para desconstruir tudo aquilo que poderia se tornar tão admirável aos olhos de um mundo por vezes cego.
Do amor, (esse sentimento mais aproximado do poder da criação existencial), o que resta deste dizer buscando em frases decoradas a sua essência, uma vez que no improviso, torna-se um místico e mais leal gosto apurado do sentir?
Carlos Silva.
Cipó BA
O dia é 14
e o ano é 21.