A MINHA POESIA É PRETA
Quero Solanizar meu canto
e quando o trem anunciar que tem gente com fome
alimenta-las-ei com os meus versos, inspirados na força negra do seu dizer.
SE TEM GENTE COM FOME; DAI DE COMER.
Dormirei no quarto de Despejo
que me fora cedido por Carolina Maria de Jesus, onde lerei seus rabiscos que nao foram publicados.
Preciso entender a vida
para melhor dizer ás coisas que faça o povo sonhar com a liberdade além pele.
Valei-me meu querido São José... do Patrocínio.
"Eu não te ordeno, te peco", com a mesma pureza que teve Maria Firmina dos Reis, rogai pela poesia, que ao mundo todo alimentou desde o início do seu existir.
Sou eu também que grito em PROTESTO a lhe dizer: Sou eu meus irmãos, que ao lembrar dos meus avós, ainda sinto o brado de um outro Carlos, como se fizesse em versos, um tributo a Carlos Assumpção, e assim o faço, para que a sua obra tão rica circunde e nos encontre a todos..
Sim! Sim Senhoras e senhores, a minha poesia é preta.
Carlos Silva.