Da Minha Janela

Rua em movimento,

Dos motores ouço ruídos,

Uns quase silenciosos,

Outros barulhentos.

Olhos fechados, outros sons a perceber,

Uma conversa distante,

Um grito agudo de quero-quero,

A sonoridade do querer.

O cheiro também é mutante,

De asfalto queimado, calor escaldante,

Da poluição de um dia intenso

Ou da chuva que molha a terra,

Cheiro de infância por um instante.

As cores variam conforme o dia

Em diferentes momentos,

Vai de um azul de poesia

A tons de cinza de sofrimento.

Algumas vezes o sol intenso

Aponta no céu com energia,

Noutras vai embora deixando rastros

De rosa azulado de nostalgia.

E quando o dia morre enfim,

Céu límpido, luzes, estrelas e luar,

Um poema anoitece em mim,

Palavras em minha mente a dançar.

No rosto a sensação do vento,

As folhas que vem e vão,

Lembranças de sentimentos

Voltam no tempo, vem e são.

Méri Zilli
Enviado por Méri Zilli em 07/03/2020
Reeditado em 14/11/2022
Código do texto: T6882672
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