O SEGREDO DA LUA
Cala-te!
És pérfido como um inercio alado…
Vives na casa da solidão;
Nos pensamentos sombrios;
Das paredes que te guarda…
Noites e dias…jornais velhos, saudades!
Castigando-o, infame!
Cala-te!
Monstruosa alma dilacerada;
Perfídia louca dos porões;
Névoa turva da escuridão infinita…
Horror gerado pelo desafeto;
Cortina que fechou-se…
No dia que tua mãe de pário: “Demônio!”
Cala-te!
Boca suja, impropérios!
Rejeitado pelos céus, inferno!
És sofreguidão;
Esconde-se no medo da aparência;
Vives atormentado pelos castigos;
Demência é teu nome.
Cala-te!
Vive entre linhas;
Procurando linhas;
Para tecer seus novelo;
Pela fresta da janela;
Até o sol nascer;
E poder dormires
Depois de falares sozinho;
Dos amantes que te tocaram;
E deixou-o solitário, solitária!
Olhando pela janela tu estás...nua, nu, despido!
A rua de onde nunca sairá;
Por ser condenado a parir;
Sua loucura em fios;
Por ser noite à velar;
Os olhos daquele...
Homens, mulheres...
Que te chama Luz;
Nas trevas de seus fios…
Cala-te!
Hoje eu estou com gana...rasgarei o véu...
Olho! Mas eu não consigo ver-te...
Aqui! Ali! Por lá!
Onde estás?
Pergunto-me por não saber mais...pergunto-te: "Onde?"
De onde minhas entranhas falam mais e mais...
Do sol! Da lua! Estrelas nuas...
Despidas de luz;
Que me reluz;
No entardecer em raios e chuva, tempestade! Emoção!
Quem são?
Vejo-te e por ver-te, sinto e recinto, emoção!
Espelho de vidas em duas vidas...