O SEGREDO DA LUA

Cala-te!

És pérfido como um inercio alado…

Vives na casa da solidão;

Nos pensamentos sombrios;

Das paredes que te guarda…

Noites e dias…jornais velhos, saudades!

Castigando-o, infame!

Cala-te!

Monstruosa alma dilacerada;

Perfídia louca dos porões;

Névoa turva da escuridão infinita…

Horror gerado pelo desafeto;

Cortina que fechou-se…

No dia que tua mãe de pário: “Demônio!”

Cala-te!

Boca suja, impropérios!

Rejeitado pelos céus, inferno!

És sofreguidão;

Esconde-se no medo da aparência;

Vives atormentado pelos castigos;

Demência é teu nome.

Cala-te!

Vive entre linhas;

Procurando linhas;

Para tecer seus novelo;

Pela fresta da janela;

Até o sol nascer;

E poder dormires

Depois de falares sozinho;

Dos amantes que te tocaram;

E deixou-o solitário, solitária!

Olhando pela janela tu estás...nua, nu, despido!

A rua de onde nunca sairá;

Por ser condenado a parir;

Sua loucura em fios;

Por ser noite à velar;

Os olhos daquele...

Homens, mulheres...

Que te chama Luz;

Nas trevas de seus fios…

Cala-te!

Hoje eu estou com gana...rasgarei o véu...

Olho! Mas eu não consigo ver-te...

Aqui! Ali! Por lá!

Onde estás?

Pergunto-me por não saber mais...pergunto-te: "Onde?"

De onde minhas entranhas falam mais e mais...

Do sol! Da lua! Estrelas nuas...

Despidas de luz;

Que me reluz;

No entardecer em raios e chuva, tempestade! Emoção!

Quem são?

Vejo-te e por ver-te, sinto e recinto, emoção!

Espelho de vidas em duas vidas...

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 13/05/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6645706
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