Omissão

O sol se deitou, acobertado

Pelo manto rubro do poente...

Mas você não viu.

Nos jardins, as rosas se abriram

Inebriando o ar...

Mas você não sentiu.

Nas ruas, a criança pediu

Do lar, o velho partiu...

E você, nem chorou.

Sob a fúria da cavalaria

A multidão, trôpega, gritou,

Mas, diante da opressão,

Você se calou!

Às portas da Morte,

Você a viu, a sentiu,

Por ela chorou,

Em desespero gritou

Mas a Vida, outrora tão perto,

Repentina, te deixou.