Queda Leve_Ressurreição Poética n° 14
Da Série: RESSURREIÇÃO POÉTICA
POESIAS ANTIGAS
[Veja a contextualização na POESIA N° 01 desta série]
QUEDA LEVE
Ela cai lá de cima.
Suave no seu bailado,
Vai perdendo altura
Sem perder
A elegância da sua trajetória.
Um ventinho prá lá,
Outro prá cá,
E ela vai dançando lindamente
Na atmosfera de todos os olhares,
E na aquarela do pensamento
Ela flutua suave sob brancas nuvens
Do firmamento.
Ela vai caindo aos poucos
Lá embaixo,
O inquieto solo
Espera o seu momento de inércia
Para que que venha a repousar
No espelho das suas poças
Que a chuva serena construiu
Sobre o seu concreto frio
E ela vai caindo, caindo, ..., caindo.
Por vezes tenta desafiar a gravidade
Teimando em abandonar os ares
Não querendo terminar
Sua dança de intensa liberdade.
Porém, o tempo é paciente
Aguarda o momento da vitória
Em que ela, cairá, placidamente
No meio de uma poça molhada,
Ou no centro de uma calçada
Para a sua tão grande glória.
E como o tempo
É o senhor da razão
Ela volta a precipitar-se ao encontro do chão
Mas cai firme, resoluta
Ciente do seu destino
Limitado por mais alguns segundos de levitação
Uma queda livre,
Uma queda leve,
Uma queda sem dó, sem pena
Para uma frágil e singela pena.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
26 de março de 1982
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