LINHA E CHEGADA
Hoje, amanheci com vontade de mim.
Refiz-me em perguntas na sonolência do (não querer) despertar.
O que tanto fiz no passar dos dias que se arrastaram atrás de mim? Qual a minha contribuição para a minha vida?
Fitando o teto, preguiçosamente, vi o filme da minha vida passar por sobre meus olhos, em turvas visões confusas.
Lembrei-me dos amores, das saudades, das lágrimas caídas em tantos solos diurnos e noturnos, vi a solidão de mim mesmo a acompanhar-me os dúbios passos do seguir.
Vi luzes ofuscando minha estrada e o abismo da queda, por ter crido em pessoas que me empurraram morro abaixo, e eu com um sorriso ainda lhe estendia minha mão na ânsia de ser evitada a queda no precipício de tanta covardia.
Mas vi também anjos me amparando e descendo suavemente ao meu encontro evitando me espatifar.
Vi o otimismo do perdão a beijar-me a face dizendo-me: Não se preocupe, vá em frente, pois o teu caminho ainda não acabou.
As portas dantes fechadas, abrir-se-ão aos teus olhos e tu, nem precisarás bater, pois estas, sentindo a tua presença, serão escancaradas e tu adentrarás de cabeça erguida, sem guardar mágoas e nem dissabores.
Vá, eis uma trilha que te conduzirá a linha de chegada, e ali, teus verdadeiros amigos, estarão a te esperar, pois souberam acreditar em ti.
Hoje, amanheci com muita vontade de mim, abandonei a sonolência , e da janela do meu quarto beijei o sol e a sua luz, banhou-me o corpo a mente e o coração, e vi quão bela a vida se faz para mim, a cada amanhecer, por acreditar que: A luta pela vida sempre valerá