Bandidos Iguais: Ladrões Desleais
A história de um meliante,
Altivo em porte de artista,
No seu orgulho imponente,
Fluente estrela da entrevista:
Mais uma vez, pego em flagrante,
Sempre soberbo e otimista,
Com um sorriso confiante,
Desdenha o mal que está à vista:
“Eu admito: Sou um ladrão!
Amo extorquir o pobre povo otário,
Promotor, repórter, polícia e escrivão:
Todos dependem desse meu trabalho.
Eu contribuo para o bem da Nação,
Com todo empenho e pleno vigor,
E tenho orgulho dessa condição!”
Ostenta, com o mesmo senso de humor.
Mudam apenas os locais dos atos,
São fatos dessa piada infeliz:
Enquanto o mau ladrão, age nos asfalto,
O “bom ladrão” depena o país...
De tão iguais, tamanha a diferença:
Enquanto o pobre é jogado no xadrez,
A espera de sua eterna sentença,
Manda o respeitado: livre e burguês...
E segue o povo: roubado e calado,
Pelo ladrão que já sequer disfarça,
Quer seja pobre ou engravatado,
Essa anedota já perdeu a graça...
Paulo Sérgio Pereira