Bandidos Iguais: Ladrões Desleais

A história de um meliante,

Altivo em porte de artista,

No seu orgulho imponente,

Fluente estrela da entrevista:

Mais uma vez, pego em flagrante,

Sempre soberbo e otimista,

Com um sorriso confiante,

Desdenha o mal que está à vista:

“Eu admito: Sou um ladrão!

Amo extorquir o pobre povo otário,

Promotor, repórter, polícia e escrivão:

Todos dependem desse meu trabalho.

Eu contribuo para o bem da Nação,

Com todo empenho e pleno vigor,

E tenho orgulho dessa condição!”

Ostenta, com o mesmo senso de humor.

Mudam apenas os locais dos atos,

São fatos dessa piada infeliz:

Enquanto o mau ladrão, age nos asfalto,

O “bom ladrão” depena o país...

De tão iguais, tamanha a diferença:

Enquanto o pobre é jogado no xadrez,

A espera de sua eterna sentença,

Manda o respeitado: livre e burguês...

E segue o povo: roubado e calado,

Pelo ladrão que já sequer disfarça,

Quer seja pobre ou engravatado,

Essa anedota já perdeu a graça...

Paulo Sérgio Pereira

Vate Incipiente
Enviado por Vate Incipiente em 10/03/2016
Código do texto: T5569482
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