O poeta não é um culto catedrático, O poeta é na verdade um idealista, Um louco, sonhador e utopista, Que em tudo vê um sonho emblemático.
O poeta que escreve seu bramido, É aquele que outrora já sorria,
E agora, ao chorar, por ter sorrido, Vê nascer na sua dor, um novo dia.
O poeta é o misto de alegria,
Mesmo quando o seu pranto é sentido,
É o canto de ternura que, calado:
Faz-se alento dessa paz que contagia.
O poeta, mero ator desconhecido,
Que interpreta seu amor mais envolvente,
Criador que faz viver tudo o que sente,
Num poema, que de um sonho, é nascido...
O poeta, por vezes, incompreendido,
Para muitos, apenas mais um nefasto,
Por não falar de amor, mas de protesto,
Pelo ideal, há muito, defendido...
Pois, sendo ácido ou apaixonado,
Ambos almejam o penhor maior,
Viver no mundo sempre imaginado:
Um mundo mais feliz e bem melhor!