Adeus 01
Cresce em mim um ímpeto
por acabar com tudo.
O desejo de um cigarro,
um sexo fácil, um tiro rápido.
Se mato meu corpo,
meu corpo reage,
tudo precisará ser
extremamente devagar: cigarro.
Se quero matar minha alma
preciso mudar meu modo de relacionar
um sexo bom e fácil que me desvalorize,
hipersexualize e desumanize vai me fazer deparar com o desvalor. Dor.
O tiro rápido mata meu espírito.
Sei que é o corpo, mas…
Apontar a bendita incentivada dos filmes americanos para minha cabeça
é querer matar tudo o que acredito.
é assim que se mata um espírito,
deixando de crer, acreditar e creditar
expectativas longas, médias, impossíveis
e até mesmo as mais curtas
como…
qual marca de cigarro vou comprar?
quem meus desejos carnais saciará?
Deveria comprar balas e entregar as crianças.
mas não dá.
Tudo me faz triste.
Desista de mim, vá embora,
seja feliz. Não se preocupe. Só…
quando acontecer preciso ter a certeza
de saber que o pensamento do meu “eu” em
você é mais nada do que é agora. Saber que serei
menos.
Ame-me assim.
Pouco como já faz,
porém longe de mim
e quem sabe assim, o
maldito do verbo esperançar
volte a brilhar em mim outra vez.
Adeus.