NA SIMPLICIDADE

NA SIMPLICIDADE

 

Já avancei por várias décadas,

Mas sei que é tudo tão pouco,

E se ainda estivesse às cegas,

Talvez fizesse um pacto louco.

 

Eu iria me congelar pra viagem,

Como uma refeição para o futuro,

E poder ver bem além da garagem,

Com o meu telescópio no escuro.

 

Sei que vejo bem pouco do céu,

Porque tudo é longe e é velho,

Até mesmo se acordo sem o véu,

Com a sina de ser escaravelho.

 

Ressurgir, renascer ou saber,

Caminham com o cerne divino,

E nossa ressurreição há de ter,

Um batismo e anúncio com sino.

 

Eles vão se dobrar de alegria,

Pois fazem questão de uma vida,

E, se debruçarmos na astrologia,

Veremos quais astros convidam.

 

E o resto está na simplicidade,

Das torres com peões em anexo,

Se um tabuleiro traz sagacidade,

Gerada de um costume complexo.

 

E se for para ter minha escolha,

Seguirei à procura de um canto,

Sem castelo ou o vinho de rolha,

Mas a casinha como um acalanto.