TRAPÉZIO
Equilibrista sou.
Divago a imensidão,
à beijar o vão que me espera preencher
com doses de esperança.
No caminho, devaneios me desafiam,
instigando-me à queda de meus medos tolos
Sigo a linha que me provoca liga...
Coordeno;
alinho os passos mal dados;
logo mais, o vôo...
finalmente o repouso...
diante um precipício que não passo,
porque dele vem a medida do equilíbrio.
Mediante ele lanço-me, sem meus tantos "ais"
Dissipo o tempo...
Inerte perante meu reflexo,
Validando o que escolho deixar pra trás,
ou comigo prosseguir.
E na chegada ao solo,
encontro tantas de mim,
que sinto densa a beleza de refazer meus "eus"
neste emaranhado latente de sangue e fogo.
Ainda assim, me refaço - grande
nestes versos que me compõem insana e pura...
renasço, por entre os saltos
de minha viva poesia.