TRAPÉZIO

Equilibrista sou.

Divago a imensidão,

à beijar o vão que me espera preencher

com doses de esperança.

No caminho, devaneios me desafiam,

instigando-me à queda de meus medos tolos

Sigo a linha que me provoca liga...

Coordeno;

alinho os passos mal dados;

logo mais, o vôo...

finalmente o repouso...

diante um precipício que não passo,

porque dele vem a medida do equilíbrio.

Mediante ele lanço-me, sem meus tantos "ais"

Dissipo o tempo...

Inerte perante meu reflexo,

Validando o que escolho deixar pra trás,

ou comigo prosseguir.

E na chegada ao solo,

encontro tantas de mim,

que sinto densa a beleza de refazer meus "eus"

neste emaranhado latente de sangue e fogo.

Ainda assim, me refaço - grande

nestes versos que me compõem insana e pura...

renasço, por entre os saltos

de minha viva poesia.

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 12/09/2022
Reeditado em 18/11/2022
Código do texto: T7603921
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