SUBLIMAÇÃO
A brisa mansa vagueia
Nas tardes do meu rincão,
Trazendo o aroma que enleia
Meu estro de inspiração.
Vejo as pétalas na roseira
Flamejando-se ao ar!
E o sol poente permeia...,
Convidando-me a sonhar.
Na vida dial, neurastênica,
Sou assim: um sonhador!
Sonho paisagens edênicas
Com ninfas e mimos em flor.
Quando me ponho a sonhar
Em aquiescente langor,
Deixo o coração aflorar
Dourados construtos de amor.
A natureza impoluta
Descortinando o seu rito
Enleva meu ser dissoluto
Às lendas, paixões e mitos.
Só não atino na vida,
Com alaridos, guerras e ágmas
Que transformam chuvas de mísseis,
Em púrpuras torrentes de lágrimas.