FALAR DE VIVER E OUVIR

FALAR DE VIVER E OUVIR

 

Não há cão que resista à cadela,

Quando o cio lhe embriaga o ar,

Nem o cravo esquece a canela,

Quando a água borbulha no chá.

 

É por isso não quero a tortura,

Nem o gozo de quem nos matar,

Se a cadela fascista tem cio,

Pois o mundo quer lhe fornicar.

 

Todo tempo que já tivemos,

Foi dado para viver e aprender,

Mas a voz de Cristo nós temos,

E nos exalta a compreender.

 

Entre o coxo e o rico fornido,

Quem precisa da minha ajuda?

Será mesmo quem tem mentido,

Ou será quem requer que acuda?

 

Em um barco e sob a tormenta,

Não terei confiança em ateus,

Pois só há vendaval que atenda,

Se o cordeiro for filho de Deus.

 

Se pagava com mesma moeda,

Em um tempo repleto de dor,

Mas após o clamor ser a prenda,

Ter a paz é viver para o amor.

 

Quem se ama e ama seus filhos,

Lhes ensina a ser tolerantes,

Para enfim ter a vida nos trilhos,

Pois o mar não será como antes.

 

Não teremos mais ideologias,

Nem fascismo ou beligerância,

Mas só um recital de alforria,

Ao depor capital e a ganância.

 

Jogar fora as armas que matam,

Nos propõe cortejar só a vida,

E ouvir o conselhos que faltam,

É ser mais forte que a intriga.