Nostalgia
Ao escrever esta poesia me dou por feito
em um processo contínuo de aperfeiçoamento.
Não há nada que não sinto e sinto tudo
que é o mesmo _nada_;
Ando por esses aferros, sórdidos e lúgubres
lugares, me sinto só e só me sinto _derramamento_;
Sem amor que é dado, sem dado que não
seja amor; aonde me levará esta angústia, para onde?
Apreensivo estou nesta aptidão de não ser,
Cadê tu _''Magna, vis ritatis, quae...
Facile se per se ipsa defendit''_
Que não vejo? Oh não te vejo!
Ardiloso ser arqueado na escrita,
Seria tu improdutivo, infrutífero,
ou infrutuoso?
Árduo trabalho de poeta, desembrutecedor
do ser arisco;
Arremendamento do que arrefece
e do que encandece;
A continuidade entre o dito e o silêncio...
Asseamento da alma.
O aturdimento de alma que me lança
no tormento faz-me ficar austero.
E nestes versos me torno um contigo.