Galope à beira-mar -

----Cavalo da juventude:

açoite de reio não o amarra,

nada o amarra, mesmo a garra

da unha do Tempo, que não o alcança

nem quando apenas sonha a dança

dos cascos alados,

sê cavalo potro por todos os lados

para onde vá: músculo e osso

do cavalo forte, belo e moço.

Em galope à beira-mar!

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----Galope que bem acompanho:

No sangue, na alma, nenhuma espora,

dentro da hora nobre, vivendo a hora.

No banho no lago, crina molhada,

que seca depressa, átimo do nada.

Hora mais galharda, a hora mais vívida,

juventude, força, vida!

Respeitosamente, nunca feia ou lívida.

Não todas: a nossa, jamais sozinha,

a nossa e a de quem nada escarninha

do galope à beira-mar.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 12/04/2021
Código do texto: T7230111
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