QUERO
Quero a louca fome do desterro
sepultando todos os meus medos
num enterro de vida em morte
para eu gritar meus males
em meio a minha sorte.
Quero arranhar o vento
no enluarado dia
que sarra a sorte
na morte pelo um fio
da minha queixa em desespero
Quero salvar a humanidade
e humanisticamente viver
porque sempre foi preciso
até que tudo acabe em mim
a história nunca lida.
Quero assim ser motivo
na doidivana diva
num sofá qualquer
buscando no analista
a contemplação do fim.