FILÓSOFOS E POETAS

Há séculos, a humanidade saboreia os frutos

dos sábios conhecimentos filosóficos,

ao mesmo tempo em que se encanta, comovida,

com os sonhos da admirável percepção poética.

É notória, porém, a dessemelhança de

idealismo entre o filósofo e o poeta:

o filósofo debruça-se, inquieto, em sua

irrestrita racionalidade, enquanto o

poeta inclina-se, cada vez mais, em sua

sina de enfeitar a vivência terrena.

O filósofo busca respostas para a existência

do ser e do Universo. O poeta, por sua vez,

delicia-se com o rito da natureza muda,

e vê o mundo num grão de areia!

O filósofo interroga, questiona e polemiza

na angústia do nada, no afã de encontrar

motivos para a existência de tudo.

O poeta sonha um supra mundo perfeito,

desfolhando até mesmo das flores mortas,

belos poemas no fluir de seus belos dias!

Ambos, porém, seguem seus destinos

com olhares perscrutadores em linhas

paralelas e assim, maravilhados pelo

perfeccionismo da natureza, cada qual

morre com sua certeza

rumo ao eterno da incerteza.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 12/12/2020
Código do texto: T7133736
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