FILÓSOFOS E POETAS
Há séculos, a humanidade saboreia os frutos
dos sábios conhecimentos filosóficos,
ao mesmo tempo em que se encanta, comovida,
com os sonhos da admirável percepção poética.
É notória, porém, a dessemelhança de
idealismo entre o filósofo e o poeta:
o filósofo debruça-se, inquieto, em sua
irrestrita racionalidade, enquanto o
poeta inclina-se, cada vez mais, em sua
sina de enfeitar a vivência terrena.
O filósofo busca respostas para a existência
do ser e do Universo. O poeta, por sua vez,
delicia-se com o rito da natureza muda,
e vê o mundo num grão de areia!
O filósofo interroga, questiona e polemiza
na angústia do nada, no afã de encontrar
motivos para a existência de tudo.
O poeta sonha um supra mundo perfeito,
desfolhando até mesmo das flores mortas,
belos poemas no fluir de seus belos dias!
Ambos, porém, seguem seus destinos
com olhares perscrutadores em linhas
paralelas e assim, maravilhados pelo
perfeccionismo da natureza, cada qual
morre com sua certeza
rumo ao eterno da incerteza.