ENTREOLHARES
Para ver a negra noite tão bela,
E o cirandar das falenas,
Não espero o pôr do sol
Ponho-me a fitar apenas
Os negros olhos de Helena!
Se pretendo ver o mar
De verdejante amplidão
Abraçando a doce brisa:
Repouso o meu olhar inquieto
Nos verdes olhos de Eliza!
Quando quero ver o céu
De infinito azul edênico,
Cintilando magnânimo as dunas e colinas:
Fico calmo a contemplar
O olhar azul de Cristina!
Para ver o castanho crepuscular
Emoldurar desertas praias,
E o sol amendoado cintilar os caracóis:
Entranho meus vívidos olhos
No castanho olhar de Sol!
O meigo olhar das mulheres:
Divas, damas, colombinas, doidivanas,
Maria’s, Ana’s, Letícias, Aline’s, Luana’s ...
Fragmentam-se em cores
Deixando os meus olhos assim: furta-cores!