VOZ QUE O TEMPO INSISTE

VOZ QUE O TEMPO INSISTE

A todo momento em que oro,
Percebo que o tempo insiste,
Pra ver se um dia eu decoro,
O verso que ainda resiste.

Na vida que me vem em prosas,
Que as rosas do campo celebram,
Versando em canções teimosas,
Que cantam um coro tão triste.

Se a vida às vezes é inglória,
Senhora de tantos lamentos,
E convida num choro que implora,
Ao tremor diante dos ventos.

E assim, sou bandeira e estandarte,
Em um lábaro sem mais ter estrelas.
Que foram cadentes no encarte,
Do mastro que está sobre as telhas.

Pois lá, junto à flâmula da paz,
Um cometa se encosta no branco,
Se a luz do Sol tanto ele traz,
Que me unge o calor do seu manto.

Só assim ouvirei minha voz,
Ecoando palavras ao vento,
Revoando como ave albatroz,
Soberana por ser advento.

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