FLÚVIO
Dirige-se o mundo feito barco errante
Basta olhar pra ver que dá pé.
Porque tanto se divide o mundo
Se a redondeza deste mundo é?
Aparente curva, aparentemente vã
Travessura de atravessar um rio
De correntes pensamentos séculos a fio
Onde a margem oposta brinca de manhã
Navegando rio acima descrevo um arco
E o sabor de um aceno sem fim
Deixado no litoral que nunca existiu
Mas existe agora e nele embarca a rima
Rota entre ilhas e chalanas sem ventos e velas
Passageiros: O futuro sumiu...
( O vento corre comigo, rente no batente...)
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